segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
quarta-feira, 27 de março de 2013
sábado, 5 de janeiro de 2013
A FUNÇÃO DOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NO DIA A DIA DA ESCOLA
Marcelino Pinheiro dos Santos
As
últimas décadas trazem grandes evidências da inserção, cada vez mais cedo, das
crianças na vida escolar. Com isso, observa-se que as crianças deixam de
conviver um tempo maior no ambiente familiar e passam a vivenciar relações mais
complexas e dirigidas no contexto institucionalizado pela educação.
Na verdade a inclusão das crianças
na educação infantil marca o início do afastamento dos vínculos afetivos
existente entre a criança e as pessoas que compõe a família a qual faz parte. A
ausência da família na sala de aula faz surgir nas crianças comportamentos
entre outros agressivos e de baixa autoestima FREIRE; SCAGLIA (2010).
Com isso, é possível observa que a
criança encontra-se diante de uma missão de alta complexidade: administrar a
ausência dos primeiros pares, neste contexto sobressai os personagens
constituintes da família, e desenvolver habilidades para estabelecer critérios
de envolvimento nas relações díspares.
Não obstante a isso, o olhar
lançado, pela escola, sobre a criança solicita dessa o desenvolvimento das
dimensões intelectuais, sensoriais, motoras, afetivas, morais e sociais. Para
que haja o desenvolvimento das dimensões acima, a escola deverá promover a
aprendizagem pelo processo que requer da criança a criação, a imitação, a
oposição e a linguagem.
Como veem, os objetivos da escola em
torno da formação da criança estão bem definidos, mas, se a busca por esses
objetivos enveredar caminhos, que para as crianças, sejam árduos
consequentemente as experiências não serão agradáveis e poderá gerar sentimento
de rejeição do aluno pela escola. Um ambiente de educação infantil que oferece
às crianças situações de estrutura polarizada e conduzida pari passu a rigidez, diminui a possibilidade de despertar no aluno
a perspicácia inerente à percepção dos elementos fundamentais do processo de formação
da identidade, vocação, afetividade e acaba comprometendo a naturalidade da
criança pela obrigação de cumprir tarefa. Nesse contexto, a presença do
professor como incentivador e mediador das ações e situações problemas se faz
necessário. Contudo, o papel do professor na educação infantil deve ir além
daquele cuja função se constitui pela promoção das situações de aprendizagem.
Ele deve promover situações de aprendizagem embutida de ludicidade para tanto,
se faz necessário à presença de brinquedos, jogos e brincadeiras como prática
rotineira.
Sendo assim, a escola precisa apreender o brinquedo e a
brincadeira como um dos recursos de aprendizagem e desenvolvimento do aluno,
logo, parte integrante do currículo de educação infantil. Pela brincadeira o menino
imita. A imitação constitui parte do processo de desenvolvimento que se dá
através da reconstrução interna, dessa forma, pela imitação, a criança observa
aprende e expressa seus desejos, é capaz de identificar-se com o indivíduo observado
e de sentir-se aceito. Pelo brincar as crianças começam a engendrar a
diferenciação de papéis, é pelo faz de conta que elas iniciam a ação
fundamentada na imagem de outra pessoa. Pela linguagem as crianças construirão
subsídios para o processo de negação/oposição que por sua vez dará início a
formação da identidade RCNEI, (1998).
Ainda, pelos brinquedos e brincadeiras a escola pode
estimular o reconhecimento de direitos e deveres; a formação consciente sobre
as diversidades assim como o sentimento de reconhecimento e respeito de si, do
outro dos bens materiais e imateriais que cercam os indivíduos.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO.
BRASIL,
Ministério da Educação e Desporto/Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a
educação infantil. V. 1; Brasília:
MEC/SEF, 1998.
FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São Paulo: Spicione, 2010.
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